sábado, 28 de março de 2009

Estamos ganhando a vida ou a morte?

Pense em um trabalhador típico. O despertador toca às 7h da manhã e ele se levanta e começa a correr. Toma banho, veste o seu uniforme – ternos ou tailleurs, aventais brancos ou apenas jeans e camiseta comuns. Café da manhã, se tiver tempo. Maleta, mochilas ou marmitas; carro próprio ou transporte coletivo, naquele suplício diário chamado hora do hush. Jornada de trabalho por volta das 9h às 5h. Relacionar-se com os colegas de trabalho que vieram do inferno para infernizar a sua vida. Tratar com fornecedores. Enfrentar fregueses, clientes e paciêntes. Fingir que está ocupado. Ocultar erros. Sorrir ao receber missões impossíveis. Suspirar de alívio quando a guilhotina conhecida como “reestruturação”, “enxugamento” ou simplesmente programa de demissão voluntária, atige outras cabeças e poupa a sua. Desvencilhar-se da sua carga de trabalho adicional. Olhar para o relógio. Cinco horas. De volta ao carro ou ao transporte coletivo e de volta às ruas para um novo engarrafamento.

Casa. Bancar o humano com a cara-metade, filhos ou simplesmente colegas de apartamento. Comer. Ver televisão. Finalmente dormir. Oito horas de fuga abençoada.

E chamam isso de ganhar a vida? Quantas pessoas você conheçe que estão mais vivas no fim do que no início de um dia de trabalho? Será que não estamos nos matando – nossa saúde, nossos relacionamentos, nosso senso de alegria e de admiração – por nossos empregos? Estamos sacrificando a vida por dinheiro. Mas acontece tão aos poucos que mal nos damos conta da realidade.

(Your Money or Your Life, Joe Domingues)

4 comentários:

  1. O homem nasceu para o trabalho. Só através dele (e da consequênte consciência da inevitabilidade da morte) é possível pôr a vida sob perspectiva. Agora se perguntar qual trabalho, aí o papo é outro.

    ResponderExcluir
  2. Perfeito! O trabalho do homem deve ir ao encontro da sua vocação, seja ela qual for. Liberdade para ir ao encontro da sua vocação é dada a poucos. Escalar montanhas, lecionar para crianças, realizar trabalhos humanitários, pilotar um kart, salvar vidas, criar novas tecnologias... Seja o quê for, aquilo que dá prazer ao homem não deveria ser "enquadrado" na prisão do poder de compra de um salário.

    ResponderExcluir
  3. Pelo menos não por uma vida inteira...

    ResponderExcluir
  4. ...nesses momento eu me perguntou, quem inventou o dinheiro?

    ResponderExcluir